terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Danilamos como nunca e como sempre

Pouco mais de trinta dias.
Saborosos dias.
Dias de descobertas.
Danilo cresceu.
Ele se tornou amigos dos meus amigos.
Os assuntos foram de futebol e até passaram por economia, idiomas, Sílvio Santos, bola, futuro e saudades.
Atravessamos o oceano e colocamos juntos nossos pés no Mediterrâneo.
Visitamos a casa do Picasso, saboreamos as diferenças, olhamos olhares diferentes.
Pegamos trem, cochilamos nele.
Desconfiamos de nossa localização e rimos muito de nossos erros de mapa.
Era hotel para lá, continhas para ver se o dinheiro dava para cá.
Os dias continuavam com as mesmas 24 horas, mas eram 24 horas de intermináveis gargalhadas, observações, abraços e admiração.
Nossas ideias infantis eram infantilmente descartadas e outras ideias infantis, infantilmente, ganhavam mais força.
Trabalho? Ele não me deu trabalho. Tive foi muita satisfação.
Vi que ele transita em ambientes e culturas diferentes.
Hotel, trem, avião, Riad, "praça maluca", restaurante, pizza hut e táxis marroquinos.
Lá estávamos nós.
Vimos Nat Geo, futebol, futebol, futebol, aulas de física em francês.
Rimos de quase tudo e sonhamos com muito mais.
Desafiamos idiomas.
Arranhamos um "hala hala salame" em Marrakech.
Criamos, mas estamos ainda no processo de desenvolvimento da teoria do Wojtyla, nova unidade de velocidade.
E tudo o que foi feito, sempre foi feito com muito carinho e encantamento.
Danilo, que nunca foi de beijos, me deu vários exemplares.
Chegado a abraços e a piadinhas, ele parecia ter dificuldade para saber o que era ele e o que era eu.
Foram mais de trinta inesquecíveis dias.
Mas amanhã...
Amanhã ele se vai.
A saudade da mãe aperta e as exigências do meu trabalho também.
Ele se vai, mas ele nunca foi.
Ele fica, mas ele sempre vai.
Viver é bom, Danilo.
Você é meu sorriso e é minha força para te esperar voltar.