sexta-feira, 7 de junho de 2013

Uma pinta e um ponto de interrogação

Tinha o tamanho de uma dúvida.
Imóvel, ela viu a dúvida crescer.
E as dúvidas quando crescem se tornam inquietação.
E a inquietação pode se tornar desespero ou apenas uma inquietação com momentos de aflição.
Meus momentos de aflição foram poucos, mas existiram.
Fiquei sabendo que ela era estranha.
De estranha, para mim, virou feia, quase venenosa.
Só mesmo um especialista em coisas feias e quase venenosas para retomar a tranquilidade.
E ela continuava lá, pequena como uma dúvida pequena.
Estranha? Que nada!
A médica viu minha sorrateira pinta nas costas e falou que ela não oferecia riscos.
Ela era apenas uma pinta nas costas.
Mas ela era uma pinta nas costas e tinha se tornado uma pinta nas costas e uma dúvida na cabeça.
Com poucos dias ela passou a ser uma pinta nas costas, uma dúvida na cabeça e uma pequena e imprecisa dorzinha.
Se eu não tivesse mostrado a minha quase grande inquietação a quem entende de pintas, a quase grande inquietação teria virado um desespero, uma aflição.
E poucos e longos segundos foram suficientes para que minha quase grande inquietação se transformasse em  alívio.
E meu alívio virou humor.
Meu humor apagou minha dúvida e ainda resolveu escreveu umas linhas...

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