E se...
E se eu permitir que a aflição ganhe corpo.
E se eu me afastar do raciocínio lógico e frio.
E se perceber que uma dúvida puxa outra.
E se calar e cegar a consciência.
E se deixar gritar bem alto a voz do desespero.
E se o desespero convidar a irracionalidade.
E se o coração disparar.
E se o braço perceber que as extremidades balançam.
E se a angústia apertar o peito.
E se azedar o gosto da saliva.
E se a retina conquistar liberdade criativa.
E se a bola de neve desarrumar meus cabelos.
E se minha mão mirar a mesa.
E se meus ouvidos ouvirem sua doce voz me chamando.
E se mundo diminuir a velocidade.
E se os pássaros voltarem a cantar.
E se meu olhar avistar o horizonte.
E se um sorriso brotar dos meus lábios.
E se a felicidade for mesmo tangível.
E se seu abraço confortar minha alma.
E se tudo voltar ao normal.
E se...
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